Móveis reformados são tendência em decoração

Itens de segunda mão movimentaram o mercado no último ano, seja para economizar ou para possuir uma peça exclusiva

Com a disseminação do novo coronavírus, o brasileiro passou a ficar mais tempo em casa. Olhar para as mesmas paredes o tempo inteiro, no entanto, despertou a vontade de redecorar o ambiente.

Logo após o país registrar seu maior índice de isolamento social (62,2% em 22 de março, segundo a Inloco), com o fechamento de lojas físicas, o setor de móveis e decoração cresceu 23,61% online durante os meses de março, abril e maio, conforme pesquisa da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (Abcomm) em parceria com a Konduto.

A necessidade de ter mais conforto e bem-estar estimulou o consumo de itens para o home office, como escrivaninhas e cadeiras, e para o lazer, como sofás, poltronas, estantes e racks.

Por outro lado, a situação financeira dos brasileiros também mudou. Com empresas fechando e o desemprego batendo recorde, a alternativa para renovar o lar foi a busca por leilões e sites que vendem móveis e objetos de segunda mão.

O crescimento da segunda mão

Entre 2019 e 2020, houve um salto de leilões e anúncios em sites de itens usados.

Algumas empresas de leilões registraram 300% de crescimento na busca por móveis de escritório. Outras reportaram 20% na margem de lucro em comparação com o período anterior à pandemia.

Os itens leiloados podem chegar à metade do valor de um novo e, para fazerem parte do acervo, passam por uma seleção prévia, que garante a qualidade dos produtos. Na pandemia, muitos dos lotes vieram de estabelecimentos comerciais que fecharam as portas, como escritórios e restaurantes.

Já na OLX, site especializado no comércio de itens usados, o crescimento anual de novos usuários dobrou e as buscas cresceram 11% no ano passado. Por lá, o principal interesse foi por itens tipicamente usados no ambiente de trabalho, mas a busca por sofás teve 40% de aumento na comparação com 2019.

A Mobly, um dos principais e-commerce de móveis e decoração do país, chegou a inaugurar um novo negócio em plena pandemia: um  marketplace de móveis usados. A ideia é interessante tanto para vendedores, pois a empresa cuida de todo o processo logístico, quanto para compradores, que contam com mais uma opção para buscar mobiliário de segunda mão em plataformas confiáveis.

Para além dos leilões e sites, sempre houve um comércio paralelo de itens de segunda mão em lojas especializadas em antiguidades – os antiquários – e, na última década, até mesmo em grupos nas redes sociais.

No Facebook, o maior grupo do gênero, chamado “Venda e Troca de Móveis Novos e Usados – SP”, conta com 180 mil membros e dezenas de publicações diariamente.

Itens com história

Nem sempre quem busca pelas opções de segunda mão está de olho no menor preço. Alguns itens seminovos podem custar muito mais que um novo! O que atrai uma parcela dos compradores é a oportunidade de adquirir um móvel que tem história e ressignificá-lo.

Estes achados muitas vezes servem para ocupar o tempo livre, lançando os mais novos compradores em trabalhos do tipo DIY – o bom e velho “faça você mesmo”.

Ao avaliar a estrutura, executar os reparos, pintar e refazer o acabamento, é possível fazer do hobby uma válvula de escape para as preocupações cotidianas. A atividade também permite estimular a criatividade, a motivação e dá a sensação de prazer e bem-estar, tão importante para o momento.

Há quem se encante com o passatempo e até inicie um pequeno comércio de móveis e objetos restaurados, gerando renda familiar extra para atravessar a crise.

Não há limites para a reforma. Com dicas de profissionais e uma infinidade de conteúdo disponível da Internet, dá para comprar e personalizar persianas, cadeiras, mesas, sofás, aparadores, escrivaninhas, estantes, armários, além de objetos como vasos, baús, almofadas e porta-retratos.

O resultado é uma peça única, que traz personalidade e estilo ao ambiente, que pode não lembrar em nada o item original ou deixá-lo novamente em perfeito estado, parecendo novo.

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