A Cultura do Conforto – Um lugar mais fácil de existir

Você já ouviu falar sobre a Cultura do Conforto?

Recentemente esse post da ilustradora Elaine Pereira apareceu diversas vezes no meu feed e confirmou algo que é muito evidente pra mim: O lugar de conforto dos nossos sentimentos é uma casinha de vó.

O relatório recente da Bits to Brands em parceria com a WGSN, aponta que estamos diante de uma sensação de descontrole diante de tantas tecnologias presentes no nosso dia a dia: tudo é novo, rápido, superficial e transformador. Então surge o desejo de voltar às coisas mais simples como um mecanismo de defesa diante de um mundo que não conseguimos acompanhar.

A cultura do conforto nos leva para a segurança do que é familiar, estabelecendo uma conexão emocional com essas referências. Faz todo sentindo. É por isso que uma jarra de abacaxi e um rádio relógio nos traz um quentinho no coração, assim como assistir a uma série antiga pela décima vez ou escutar uma música da nossa adolescência.

Pile of old vinyl records

“O que vemos no passado, real ou imaginário, muitas vezes revela o que estamos perdendo no presente”, escreveu James Greig sobre buscar nostalgia durante períodos turbulentos. No artigo original publicado no WePresent, de autoria da Diyora Shadijanova, ela diz “Você não precisa ser um cientista comportamental para perceber que, quando o terreno parece instável e imprevisível, há um desejo de estabilidade ou repetição.”

A cultura do conforto não é um particularidade dos Millennials. A geração Z (nascidos após 1997) também buscam objetos que remetam aos anos 90 e 2000 (onde eles eram muito pequenos ou ainda nem nascidos). Por exemplo, meu filho de treze anos coleciona CD em tempos de Spotify, e sim, ele tem um toca CD!!!! Não vai demorar muito pra ele me pedir uma Cyber shot. O mais interessante é que esse comportamento reflete um outro ponto importante do relatório: eles estão mais conscientes sobre a toxicidade das redes e buscam uma vida mais analógica no cotidiano.

No mercado da arquitetura e design de interiores, vemos um apelo constante ao vintage. Nos deparamos nas redes sociais com pessoas comuns, arquitetos e designers, buscando móveis e objetos em brechós e garimpos para compor seus ambientes. Releituras e outras referências do passado sendo aplicadas em novos produtos, no intuito de nos fazer consumir algo com apelo afetivo. E dá muito certo.

Caucasian male and female hands toasting with coffee cups across retro kitchen table setting.

Sou nostálgica de carteirinha, vocês sabem…Quando criei meu blog e coloquei esse nome “A casa que a minha Vó queria”, mesmo sem nenhuma pretensão em despertar esse lugar de refúgio, muitas pessoas que chegavam na minha página eram por se sentir acolhidas apenas pela ideia do que o título transmitia.

Bem, durante a semana vou falar um pouco mais sobre a cultura do conforto, os efeitos dos sentimentos nostálgicos em nós e como estamos resgatando elementos das nossas casas de infância na nossa moradia atual.

Conte-me aqui nos comentários se você reconhece algum hábito seu que te leva pra esse lugar mais fácil de existir.

Até daqui a pouco.

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