The Keep Going Song

Já comecei esse post algumas vezes e não consegui passar do primeiro parágrafo. Agora pode ser que role, são muitas coisas, mas os pensamentos se embaralham e não atinjo a ordem necessária pra me fazer ser compreendida. Talvez? Não quero me desculpar por apenas escrever. Espero que você realmente esteja disposto a continuar.

-Nesse momento escuto uma música de um banda que descobri recentemente, é uma letra realmente boa, um mantra de bons desejos pra quem chegou aqui. No google translate aparece assim:

E se o seu coração está se partindo, espero que esteja se abrindo
E se sua respiração estiver tremendo, espero que esteja quebrando
E eu espero que você tenha assistido muita televisão realmente boa
Gosto muito disso
E espero que você encontre uma loção para as mãos que realmente faça sua pele se sentir melhor
E eu espero que você tenha o suficiente para comer
Espero que você esteja dormindo o suficiente
E eu espero que você tenha boa companhia o suficiente
Ou memória boa o suficiente para durar muito tempo

Continue
Continue
Continue

Vamos trazer um pouco de alegria para a sala!
Por que não?
Podemos tentar!
Podemos tentar!
Ou alguma raiva. Ou alguma dor e alívio
Eu rezo
Rezo para que minha raiva seja um fogo que limpa minha mente e
Me deixa pronto para ouvir
Rezo para que minha dor seja um rio que flui para o oceano que conecta minha dor à sua
E eu rezo para que minha felicidade seja como pólen
Isso voa para você
E poliniza sua alegria
Oh garoto
Isso é possível?
Eu não sei!
Eu não sei!
Estamos inventando isso à medida que avançamos!
NÓS temos que compensar enquanto avançamos
A música para continuar
A música continua oh
Estávamos inventando
Estamos inventando à medida que avançam

Continue
Continue
Continue

-Meu menino mais velho tem uma voz fina e grossa, suas cordas vocais tentam encontrar um tom harmonioso sem muito sucesso. Ele era apenas um pequeno bebê dentro da minha barriga, quando certa manhã acordei e pensei em fazer esse blog. Ele gosta de abraço, mas é tímido. Agora faz basquete, fisioterapia a terapia, o isolamento social foi prejudicial em muitos aspectos. Escuta Iron Maiden e anda lendo sobre Che Guevara. Olho uma foto sua pequeno e fico sem acreditar que sou tão adulta a ponto de ter um filho que digita “Não to afim de fazer uma chamada de vídeo agora, mãe. Te amo” isso tudo usando seu braço que contêm um sovaco com pêlos. Estamos aí.

-Era pra ter comemorado no dia 28/09 com um bonito bolo e balões a existência dessa casa virtual que tantas vezes se transforma numa casa mais real que o meu próprio apartamento. Quando permito essas catarses sinto que estou entrando naquele lugar secreto da infância que a gente fantasia que ninguém tá nos vendo, senta e apenas existe. Quem vai me julgar? Aqui as regras são minhas. Sobre as comemorações, era pra ter feito um grande auê nas internet e lançado minha consultoria online de decoração, mas cara, não deu e não me perguntem o porquê.

-Também tenho sonhando com minha vó. Ela morreu em Agosto de 2019, ao meu lado, enquanto passava a mão em sua testa e falava meu último bom dia. Agora eu choro, e percebo o quanto tenho chorado pelas coisas erradas. Chorei tão pouco por ela. Não que isso fosse trazê-la de volta. Nem a deixará mais feliz onde esteja. Mas Edite tem chorado nos meus sonhos, coisa que nunca a vi fazer em vida, talvez esteja me chamando pra chorar junto pra desembrulhar meu coração tão envolvido em dor de ausências. É preciso viver os lutos.

-O apartamento que estou morando antiguinho com banheiros de casa de vó vai ganhar cor. Vai sim. Comprei materiais essa semana e pretendo começar a fazer algo logo, como sempre foi. O arrependimento é o tamanho. Gosto de espaço, mas pô, são três quartos enormes pra limpar e passar pano todo santo dia, já que é térreo e virado pra avenida. Não tenho sorte com cozinhas, como detesto essa cozinha.

Nesse décimo terceiro ano do blog vou continuar prometendo o que sempre prometo e não cumpro: escrever. Sem apagar parágrafos. Sem autocensura. Sem culpa. Mais eu. Quando digito, não reviso, clico no “publicar” e levanto da cadeira.

Agora uma neta pré-adolescente.