Sobre uma tristeza que nunca ia embora

Cada vez que um assunto surge na minha cabeça entro num dilema. Escolho ser alguém da internet, que está dando a cara a tapa pra o que pensa mesmo ou escolho ser eu só, com as minhas questões. Odeio ter que lidar com os haters, mas alguns assuntos martelam na cabeça e não há como fugir deles.

Não só eu entrei em contato com um lado estranho depois que me tornei mãe.

Gael nasceu num ano em que passei por problemas pessoais, mas aquela sensação de gerar vida dentro de mim, de ser capaz de fazer parte desse processo que se chama parto e ter nas mãos um bebê tão pequeno, indefeso, me fez me sentir forte como nunca antes eu tinha sentido. Foram meses e mais meses de cuidados, de estudos maternos, livros e revistas…. devorando tudo que poderia aperfeiçoar os meus dons naturais. Era materna. Eu estava envolvida naquele universo que algo dependia exclusivamente de mim e sentia que nada me faltava. Nada e nem ninguém.

Isso não é coisa que mãe assume de cara. Eram coisas que fui percebendo aos poucos. Como mãe de primeira viagem nunca erramos! É natural, faz parte e é assim mesmo. Num é a desculpa?!

Aos poucos vamos voltando à realidade e, onde nada e nem ninguém era necessário, começaram a aparecer outras necessidades que iam além da exclusividade de ser mãe. Ahhhh que vontade que eu tinha de conversar com adultos! Que vontade de trabalhar, de fazer exercícios, de acordar tarde, que vontade de viajar…

Um ano e 3 meses depois dele nascer, fiz a viagem que sonhava desde os meus 13 anos. Finalmente conheci, como eu ainda chamava, Disneilândia. Eu, o marido e o menino. Meu casamento estava passando por uma nova fase agora com a impressão do amor que tinha por meu marido e ainda tinha um outro sonho sendo realizado. Tudo novo, diferente e intenso demais. Só que ali, naquele lugar, algo despertou em mim.

Eu tinha uma infelicidade que nunca ia embora e por mais satisfeita que deveria estar por tudo que me acontecia e conquistava, eu só chorava. Eu queria ficar quieta o tempo todo, longe de todo mundo. Queria me esconder e nem um passeio ao wallmart me acalmava. Voltava pra casa e queria ir embora, queria me sentir melhor. Queria voltar.

Quando chegamos em casa,  percebi que aquele sentimento que me aterrorizava não era desconhecido e nem recente apenas. Já tinha sentido antes, menos e mais, em alguns momentos. Achava que tudo era coisa minha. Era personalidade o nome. Normal! Nada de errado.

Tinha a sensação que estava perdida o tempo todo. Fiquei meio maluca com os medos que tinha em relação ao meu filho. Tudo poderia matar, machucar, engasgar, ferir ele. Precisava manter ele salvo, só comigo. Eu só confiava o cuidado dele a minha mãe e minha sogra. Não dormia direito, verificava se ele tava respirando a noite, ficava obcecada por conselhos maternos e grupos de mães malucas do facebook. Um dia parei e “tu tá meio descontrolada”, pensei. Já existia em mim, como disse, há tempos e naquele exato, estava completamente voltado a maternidade onde estava bastante focada.

Fiz terapia na infância, mas nunca entendi o motivo. Fiz terapia durante vários anos depois. Tava de saco cheio de ficar lá contando minha vida pra alguém e as coisas nunca desaparecerem de vez. Só que as coisas ficaram tão feias e não vi outro alternativa senão tentar mais uma vez. Tava tão indisposta pra levantar todos os dias que acabei me afastando do meu bebê. Óbvio que o amava e queria muito ele por perto. Só que tinha uma sensação estranha que era melhor manter ele longe de mim. Que loucura. Preciso manter ele salvo, mas me sentia distante.

Os medos que as mães têm são meio normais. Vai cair, não sabe fazer isso ainda, vai bater na mesa…Alguns são reais e precisamos ter esse “zelo” pra que TUDO fiquem bem. O problema é que o negócio era exagerado e sem fundamento. Exemplo: Um dia Gael engasgou com leite enquanto eu cochilava. Ele tinha um refluxo severo e já tinha passado quase mais  de 50 minutos desde a última mamada.  Ele estava na minha frente, deitado na minha cama comigo. Fiquei tão desesperada nesse dia que depois criei uma ideia de que se dormisse, ele estaria em risco, poderia morrer. Se dormisse em qualquer momento da vida. Foi aí que entrei pra zumbiândia. Passei meses acordando a noite umas 10 vezes, passando o dia olhando pra ele exaustivamente, com o sono leve. Me sentia culpada e com medo de perder ele. Estava ali, mas com certo distanciamento. Meu papel maior era manter ele vivo.

Vamos à terapia. Ainda assim, estava aberta. Precisava tentar. Que outra alternativa eu conhecia?!

Tive depressão na infância. Esse era o motivo das minhas conversas com uma psicóloga quando era pequena. Mas nunca ninguém teve clareza do que se tratava. Fui eu que descobri quando tive a responsabilidade de cuidar da infância de alguém.

Existem vários momentos da minha vida que “mesmo triste eu tava feliz”. Eu tinha motivo para ter momentos felizes, mas a tristeza era mais comum e as coisas bacanas pareciam desaparecer ou serem somente uma coisa que, com sorte, aconteceu comigo. Não faziam parte de mim. Não merecia.

A relação com as pessoas ao meu redor também ficou fragilizada. Ninguém era obrigado a aguentar alguém que estava sempre triste e que você tinha que insistir muito pra sair, pra contar algo bacana. Só tinha tristeza nos meus lábios e olhos. Nunca fui boa atriz, mas fingia bem no primeiro momento. Quando a pessoa me perguntava se eu tava bem quase dava um tilt: Vai lá! Lembra de algo bom! Lembra de algo bom!

Daqui a pouco estava chorando outra vez.

Assim, parece que foi até uma coisa simples que aconteceu, mas isso se arrastou por anos, gente! E em muitos eu pensava: bem, será que não seria melhor pra todo mundo se você não existisse?! Será que não seria melhor se o João pudesse casar com outra pessoa e trazer uma madrasta bacana para os meninos?!

Eu queria viver. Mas eu queria viver! Eu olhava pros meninos (Já agora com o Levi) e pensava: Poxa! Mas eu preciso viver! Não posso perder isso! Não seria melhor se eu ficasse por aqui.?!Luta constante.

Odeio admitir que tudo pode piorar e assim nesse contexto, vive uma grande decepção num ambiente que deveria ser um dos meus lugares seguros. Algo que mudou a minha vida e da minha família. Vivenciei a sensação de estar no fundo do poço. Sentia num buraco fundo e escuro onde era impossível chegar a superfície e sair. Não tinha força! Não conseguia mais viver com aqueles pensamentos, com o coração doendo, com a sensação que era eu a “diferentona”. Ninguém mais sentia isso.

Ouvia das pessoas: mas você não acredita em Deus?! Se você acredita em Deus, ele vai te curar! E novamente, quando voltava tudo: Você não tem fé suficiente! Tem algo errado na sua vida! Você precisa voltar pra Deus, pedir perdão, investigar as últimas gerações da sua família! É algum pecado oculto blablablablá…

Tenho que pedir isso pra você que tá do outro lado do computador: Não piore a vida das pessoas! Se você não tem algo bom, que vai ajudar pra dizer, cale a boca! A minha fé sempre me foi suficiente, mas o funcionamento do meu organismo não.

Depressão não é vontade de sentir tristeza. É uma tristeza que você tenta tirar, mas está alastrada dentro de você. Circula, como se estivesse no seu sangue, fazendo seu corpo todo travar, atrofiar. Talvez por traumas, por dificuldades, mas também por uma desordem do próprio corpo humano. Está na parte de dentro, está na cabeça. Suas amigas, sua família, seus chefes, que nunca sentiram isso, não vão te entender, por mais que te amem e que queiram te ajudar. É difícil mesmo de explicar.

Me rendi a uma terapia que oferecia uma abordagem nova chamada EMDR. Depois de algumas sessões, consegui escalar as paredes e sair do meu poço. Mas estava tão fraca que precisei de uma ajuda extra medicamentosa pra seguir em frente e não desequilibrar na beirada do poço outra vez. Pelo menos, o mais importante, era que estava ali fora. Consegui.

Não desaparece para sempre a sensação, mas você aprende a não mais ser paralisada por ela. Não é possível esquecer tudo que aconteceu de ruim, quando você estava ruim e que só piorou a sua situação. É possível perdoar quem não jogou a corda pra você escalar o poço. Talvez eles nem soubessem que a corda poderia te ajudar. A sua fé continua e cresce e Deus que é amor, não fica lá te lembrando ou descontando em você cada um dos seus pecados pra você ter a certeza que é ele quem manda. Também nem fica pisando nas suas mãos quando você está pendurada na escalada. Essa coisa de que Ele quer que você caia sempre não é verdade.

Ninguém sabe e conhece melhor sobre você e só você pode se ajudar a sair de qualquer poço que esteja. Ninguém, nem eu e nem você escolhemos ou gostamos de passar a vida assim. Mesmo fraca, ainda é você que poderá reunir as forças que restam pra fazer isso tudo passar. Procure ajuda profissional. Faça exercícios, ajude uma ONG bacana. Busque atividade que te dê prazer. Doe grana pros médicos sem fronteiras. Saia do Facebook se precisar. Se guarde até conseguir organizar o interior. Se afaste de tudo que apenas reforce que você está fraca, tem um problema e está condenada para sempre.

Há dias melhores e dias nem tanto. Há dias fáceis e dias de enfrentar seus medos de frente. Há dias de muito chororô ainda e a certeza que esse chororô não é totalmente ruim e o melhor: Ele passa.

Fico olhando pros guris e tentando descobrir os possíveis traços de depressão infantil, o que pode trazer muita tristeza pra eles. Pera! Não! Não significa que vai ser do mesmo jeito com eles e se sofrerem, quer seja por algo passageiro ou por depressão, hoje você sabe que isso existe e tem força pra poder ajudá-los. Agora você sabe. Reconheça a ajuda de quem, mesmo não conseguindo tirar você do poço, desceu uma sacolinha até o fundo com toddynho e bolo de cenoura com cobertura de chocolate pra você comer. Te mandaram até um cobertor pras noites frias. Agora você até pode curtir tudo, até a Disneilândia novamente e principalmente você. Tudo é mais divertido com você por perto. Inclusive a vida dos seus filhos.

Agustina Gerrero
Diario de una volatil

 

 

39 COMMENTS

  1. Que desabafo lindo.
    Graças a Deus não passei e espero não passar por isso, mas tenho alguns casos de pessoas muito queridas que enfrentam essa luta diaria.
    Irei compartilhar o texto pq acho que ele tem informações muito válidas… As vezes fico desesperada tentando ajudar, unir força com essas pessoas… e é bom alguem que passa por isso mostrar que é possivel dias melhores…
    Gratidao.
    Que Deus te abeçoe

  2. Achei muito bonito o seu desabafo e agradeço por compartilhar algo tão delicado e pessoal. Minha mãe também teve/tem depressão e muitas vezes é difícil saber como ajudar ou pelo menos não atrapalhar. Acho que esse assunto ainda é pouco falado e por isso sabemos tão pouco sobre o que fazer. Grande abraço.

    • @Rafaela, sim! Esse é um dos principais motivos de querer falar sobre isso. E faz TODA diferença ter alguém que, mesmo sem saber como, quer ver a gente fora disso. Abraço forte, apertado pra você.

  3. Gabi, sua linda! Engraçado como a gente nem imagina mesmo como são as pessoas. Adoro seus posts! Gosto da maneira como escreve, mas nunca, nunquinha mesmo imaginei que vc passasse por isso. Tinha a sensação de vc ser uma pessoa reservada, só isso. Mas a verdade é que estou feliz por vc! Que ótimo que vc conseguiu sua saída e encontrou sua força! Siga feliz, confiante de que tudo vai ficar bem, mas acima de tudo vigilante para que poço nenhum possa cruzar seu caminho novamente!
    Beijos candangos!

    • @Estela, eu sou um ser humano! hahahahahhaha Menina, num é?! A gente tem essa mania de achar que alguns problemas não alcançam outras pessoas. Muito Obrigada pela força e por ler esses textos maluquetes que escrevo aqui. Não sou muito reservada não, sabia! Sou até aberta demais! hahahah Mas alguns assuntos são delicados e a gente tem medo de conversar. Tenho os meus também.Beijos candangos e abraços molhados para os dias de seca intensa no Planalto! :*

  4. Parabéns pela coragem de expor sua história! E com certeza você está ajudando muitas pessoas com o seu relato!!! Sucesso Flor!!!! Te admiro muito… bjokas

  5. Olá,
    Em primeiro lugar parabéns por expor um assunto tão delicado. Me identifiquei com cada parágrafo e confesso que tive q “aprender” a conviver com a depressão por causa da tireoidite de Hashimoto (uma doença auto imune). Fiz terapia e sempre tive aquela sensação de “estou de saco cheio” de tudo! Preferi não optar por medicamentos porque minha família tem histórico de depressão, esquizofrenia, etc. (tive medo de ficar dependente mas o que mais me assustou foi a disponibilidade do psiquiatra – a primeira consulta/entrevista dura entre 3-4 horas – o que eu vou conversar com um desconhecido durante tanto tempo e sobre o que?).
    É muita ignorância da minha parte, eu reconheço e talvez seja justamente lá que eu encontre a resposta para este mal estar… Dizer que nunca tomei remédio é mentira (tem coisas que por mais que a gente fuja, sempre dá de cara…).
    Fui parar num neurologista por causa de uma enxaqueca insuportável e ele teve a sensibilidade de enxergar o meu estado deplorável. Tomei prozac (a tal droga da felicidade) por 3 meses e não senti a menor diferença. Desisti do tal tratamento…
    Prefiro encarar isto como autoconhecimento (exige observação e principalmente leva muito tempo… )
    Fico muito feliz em saber que você está melhor 🙂
    Bjos,
    Candida

    • @Candida, eu fiz o caminho inverso. Fui primeiro a terapia. Eu lembro que chorei até quando cheguei com a receita do medicamento em casa e tinha exatamente esses medos que você relatou. Lembro do meu marido dizer que não tinha nada de errado em buscar ajuda e que isso não era problema de ninguém. Eu não estava condicionada a viver exatamente a experiência ruim das outras pessoas. Era uma decisão minha! Isso me fez sentir segura para começar e parar quando senti que era a hora. Parar com um acompanhamento médico ainda. Uma coisa que não disse, mas que eu percebi que foi bacana nisso tudo foi justamente esse momento de se conhecer melhor. Faz muita diferença observar e respeitar os seus limites. Vá em frente! Só faça aquilo que esteja de acordo com as coisas que acredita. Força!

  6. Também estou tentando encontrar, onde esta a luz da abertura do poço, sinto que não tenho nenhuma importância, talvez por isso ainda não encontrei essa luz!!!

  7. Meu Deus…
    Menina como você é forte!
    Acho que não tenho outra expressão que não essa.
    Como outra leitora disse, não imaginamos como a vida das pessoas realmente é, e que eu também adoro como escreve, nunca imaginaria que na casa colorida, houvesse alguma coisa que estivesse pintado de cinza, se é que me entende.
    Obrigada por me ajudar, você não sabe como foi importante para mim, tudo o que escreveu.
    Pra você um beijo sincero, e um abraço apertado do tipo quebra ossos.

    • @Maria, Não vou dizer que sou totalmente forte. Acho que busco o fortalecimento constante, sabe. Talvez a minha casa seja o lugar onde eu queria chegar o tempo todo também internamente! Que coisa, né?! Eu sempre acreditei que a vida podia ser colorida e queria MUITO tirar o cinza da cor principal pra que ele fosse apenas um detalhe! Muito obrigada pela força. É muito bacana ter esse retorno. Um abraço apertado pra você e dias coloridos pra nós sempre!:)

  8. O mal do século, o seu, o meu… e prevendo isso eu decidi não ter filhos, sei que minha reação seria igual a sua.

    • @Gi, Ter filhos é algo que deve ser pensado muito mesmo. Respeito sua decisão. Durante muito tempo não queria ter também, acredita?! Talvez por medo, como se fosse um pressentimento que algumas coisas ruins pudessem vir s tona! Mas o destino (e minha ovulação, meu esquecimento do remédio) quis que eu fosse mãe. Hahhaha (nada planejado).Não me arrependo. Sei que nem todo mundo é assim e que também há muitas coisas boas nessa escolha. Se um dia mudar de ideia me avisa! Rs Tô brincando. Força!

  9. Que delicadeza nas palavras! Expressou uma condição tão ruim com uma leveza enorme. Me ajudou a compreender e me atentar aos que estão a minha volta e amo tanto, me mostrou o quanto é importante ser a ajuda, a ternura que a pessoa precisa em forma de corda pra que ela possa subir do poço que a mesma sente ter caído. É importante que sejamos sensíveis para abraçar com todo amor estas pessoas e que possamos ser ” o respirar fundo pra um novo recomeço”.

    • @Márcia Alves, Ai, menina! Que coisa linda que você escreveu! É exatamente isso. A vida nos coloca como corda, com a corda na mão, tem horas. Até sem corda e mesmo assim, nem um pouquinho menos a gente deixa de ser força e aconchego no processo! Como disse as outras meninas: vocês que conseguem sentir esse cuidado, esse amor pelo o outro a ponto de não desistir são preciosos demais! Que sorte tem que está perto de você.

  10. Gabi, que relato lindo <3 fiquei mega emocionada, me identifiquei muito. Parabéns pela coragem em escrever!

  11. Adorei o seu texto, principalmente em épocas que todos exaltam a beleza e a alegria da maternidade, vc se expôs e com certeza vai ajudar muita gente.
    Na maternidade e na vida da gente sempre temos altos e baixos, e textos assim sempre nós ajudam =)

    Muita força e luz pra vc!!!!

    • @Regian, brigada! Num é?! Eu fico olhando as fotos do povo na vida e como as pessoas se expressam e parece que ninguém quer conversar sobre os baixos, sobre como a vida adulta e a maternidade pode trazer momentos de confusão mental! Credo! VAmos fazer diferente, né?!beijo pra você

  12. Oi Gabi!
    Nas primeiras frases da tua postagem, lembrei de um amigo, que nunca imaginei que poderia sofrer de depressão e sofre! Descobri há pouco mais de um ano, ele mesmo contou sobre seus sentimentos, o tratamento, a medicação. Nunca pensei que este amigo pudesse pensar que, talvez, fosse melhor ele partir deste mundo. Mas ele pensou.
    Foi com ele que entendi a depressão como uma doença.
    Impressionante, como lembrei dele, lendo a tua postagem!
    Espero que consigas manter esta bobinha da depressão, bem quietinha no canto dela, que ela não te atrapalhe mais!
    Acho que foi tu, quem escreveu sobre uma viagem no ano novo, para um lugar de nome esquisito… curu alguma coisa. Adorei aquela postagem também!
    Fica bem!

    • @Tiane,
      Hahaha cumuruxatiba! Poxa! Força pro teu amigo. A gente nunca imagina, né?! Acho que a gente tenta esconder por não saber lidar, por medo de ser taxada como a doida, a da personalidade difícil. Rola muito isso na cabeça. Que ele nunca desista da vida e que viva, curta muito a existência. O chororô, a tristeza, a sensação de estar perdida, a fraqueza…tudo passa!

  13. aplaudindo vc em pé por conseguir expressar com palavras o que eu sinto e o que penso.
    Bom saber que não estou só nessa empreitada. Na hora da crise o mundo fica todo cinza, mas….passa! Essa é a certeza que não podemos esquecer nunca! Força ai!!

    • @guiomareva, força pra você também! Estamos juntas, ainda que virtualmente! Engraçado como a gente acha gente pra se identificar e como é gostosa a sensação que você não está só por causa das coisas que pensa. Vamos tirar o cinza das paredes, querida! hahahah Todas juntas! beijo beijo

  14. Nossa, Gabi… Eu estou passando por isso. Tenho um filho de 10 meses e diariamente me sinto muito mal, triste, sem vontade de sorrir.
    Claro que existem momentos maravilhosos, e meu filho é o único que me arranca sorrisos. Mas essa tristeza que não vai embora me atormenta demais.
    Hoje mesmo marquei consulta com uma psicanalista e espero que me ajude.

    • @Camila, tomara! Não desiste se não se identificar na primeira consulta, tá?! Acho que eu fui em uns 4 psicólogos antes de me achar. A gente precisa se sentir bem pra poder sair dessa.Que bom que você já consegue perceber isso antes das coisas ficarem confusas demais. Força, viu! Que foto linda de perfil. Beijo em você e no pequeno. 🙂

  15. Gosto de ler seus textos, e acho que para você, escrever é um momento de libertação. Minha mãe sofre com a depressão a anos, ela não quer fazer tratamento algum, e ela sofre com o preconceito que existe sobre esta doença. Ela se sente mal em mercado, em casas de algumas pessoas. Esses dias chorei de emoção e felicidade, pq meu irmão conseguiu levar ela em uma pizzaria, uma pessoal normal pode falar: nossa que besteira, mas minha mãe não ia a um restaurante a mais de 25 anos, por isso a minha alegria. bom, para resumo da opera, eu agradeço seus posts, porque eu consigo entender um pouco mais a minha mãe. obrigada!
    Um abraço.

  16. Parabéns Gabi, pelo relato sincero e corajoso! Quando descobrimos que não somos um só na multidão, as coisas ficam mais fáceis, o poço fica menos fundo e é muito, muito mais fácil levantar-se e sair dali. Com o tempo, a fé e persistência, as recaídas diminuem, administra-se melhor os sentimentos e torna-se mais fácil se levantar, quando se cai ou evitar os buracos. Tenho certeza de que este texto ajudou e vai ajudar muita gente. Parabéns, mais uma vez! Sandra – Campinas (SP)

  17. As vezes é bom saber que tem gente que passa a mesma coisa que nós e que tem coragem de expor isso. No mundo de hoje onde cada vez aumenta mais os casos de depressão, ainda tem muita gente dizendo que é frescura, que é falta de fé e outras coisas, quando na verdade não é nada disso. Infelizmente já “levei na cara” até de pessoas que já tiveram depressão e dizem que isso é frescura da minha parte. A cada dia perco mas a vontade de me relacionar mas tenho fé que vai passar e vai melhorar, só preciso melhorar a escolha de pessoas a me ajudarem a superar isso. Adorei seu texto, sei que vai ajudar muita gente. Parabéns.

  18. Foi bom ler seu post. Me identifiquei com o texto. Uma coisa que a gente tem dentro, que não consegue explicar direito, que as pessoas “normais” não entendem e que sempre me fez sentir como um ET, um alienígena sem treinamento num mundo diferente, vivendo em um “corpo estranho”.

    Ainda luto diariamente e intensamente com essa coisa mas, pelo menos, agora eu compreendo melhor essa encrenca toda. E ler textos assim me faz sentir mais “normal” também.

    Fiquei especialmente sensibilizado com as partes que falavam dos filhos e da “paranoia” que toma conta. Eu tive isso, mas não era apenas com os filhos, era com quase tudo. A minha filha que é a mais nova era o meu oásis com as suas ingenuidades característica das crianças e também com seu carinho que é bastante peculiar das filhas pelos pais. O meu filho já estava grande e não tinha mais essa proximidade tão carinhosa que se perde na adolescência. Até dela eu me afastei porque pirei total.

    Não tem sido fácil. Foi muito sofrimento, terapia, medicação, cabeçadas na parede do poço. Sou peregrino de uma longa jornada interna que me privou de muita vida externa. Hoje tento entender isso plenamente e busco superação a cada dia.

    Ainda hoje é muito pesado. E especialmente porque toda essa maluquice interna me fez afastar de tudo e de todos e, agora que o céu está um pouco menos nublado, estou completamente sozinho, sem família, sem amigos, sem companhia, sem tudo.

    Mas, como uma luz no final do túnel, parece que vou me encontrando comigo mesmo e, espero, isso seja o recomeço. Se eu puder encontrar comigo mesmo e puder resolver essa equação esdrúxula, espero encontrar paz e poder reconquistar partes e conquistar novos horizontes.

  19. Mesmo sendo um post de janeiro, ainda acho que vale comentar… Estou na luta, que não acaba e não tem sido fácil. Poucos sabem, pouco falo sobre isso. Nunca comentei em lugar nenhum, mas acho que posso talvez ajudar alguém de alguma forma, quem sabe? Não tenho negado nenhuma ajuda, nenhum texto, nenhuma palavra, nenhum olhar, nenhum sorriso caridoso… Tudo de bom que vier estou recebendo… E, como tenho recebido, nada como contribuir. Então a minha contribuição (ínfima) é essa: minha terapeuta recomendou a leitura do livro Mulher Vulnerável (Beth Miller), gostei demais e então repasso a indicação.

    Muito obrigada pelo texto e pelos comentários. Boa sorte para todos nós nessa caminhada.

  20. Gabi,estou gravida de 13 semanas descobri quase com 9 semanas, já tenho 38 anos e ando tão mal, ainda bem que tenho renda fixa, porque não tenho coragem nem de levantar as vezes, mas levanto tomo banho, preparo a refeição, vc foi minha corda viu, fui procurar a palavra parto no seu blog e encontrei esse desabafo, me identifiquei muito, muitas vezes não deixo minha filhinha de 8 brincar com medo que algo ruim aconteça a ela, vc me ajudou muito hoje , estava desistindo de tudo, e as pessoas falam, mas vc é tão calma, vc quando quer faz coisas lindas, e falam que é frescura, o que eles nem imaginam é o quanto lutei pra chegar até aqui….. bjs Deus a abençoe sempre, nos abençoe , como tenho ovario poliscistico, vejo essa criança como um novo animo pra minha vida, essa fase dos enjoos e dores ira passar eu sei, só esta tudo muito diferente, mas vai passar e vou lembrar e ajudar outras pessoas …bjs…..

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