
Hoje publiquei um vídeo lá no Instagram mostrando detalhes aqui da nova casa. Se ainda não me segue lá, vem @avoqueria. Aqui meu texto narrado no vídeo que algumas pessoas me pediram. Fiquei mais feliz com isso do que com os elogios feitos da casa, haha.
Com quantos recomeços se faz uma história? Existe um limite? Uma idade mínima, máxima? Um jeito certo? Quando recomeçamos, temos garantias? Onde devemos colocar nossas expectativas?
Em quem devemos confiar? Seguir junto, de mãos dadas, abraçados ou sozinhos?
Recomeçar….mudar…Podemos mudar sem recomeços? Podemos recomeçar sem mudanças?
Uma casa nova, uma cidade nova, uma vista diferente da janela. Os sons da portas são novos, o balanço das
folhas também, o lugar preferido pra ficar, a visita dos novos pássaros. Na real? Nada disso é novo. É só mais uma maneira de resetar o hd do percurso que se faz. Como diz o velho Saramago ” Fisicamente, habitamos um espaço, mas, sentimentalmente, somos habitados por uma memória”.
Uma área externa grande, projetos, coisas que a gente idealiza sem nem saber se pá…vão acontecer mesmo. As raízes ficam mais no peito do que no jardim lá fora. E que bom, assim a gente leva-as para todos os lados.
Janelas grandes, luz natural, pé de pitanga, acerola, palmeiras. Pedra e madeira. Madeira e pedra. Sala grande, cozinha, dois quartos.
Ensaios de morar. Morar mesmo, mesmo…não tem CEP.
Muitas vezes o lugar seguro só existe no sorriso de quem a gente ama. Por que tanta resistência
em não enxergar as possibilidades? O que você tem medo de perder é algo que realmente possui?
As instruções são passadas:
Em caso de incêndio dentro de casa feche todas as portas atrás de você, não fique parado na janela, rasteje, o ar é mais puro junto ao chão. quando sair, não retorne.
E então recomece. Mude, mude-se. Existe um chão pra pisar logo após a esquina das incertezas, duas ruas à direita da insegurança, caminho cheio de curvas sinuosas com uma grande paisagem. A nossa casa não tem fronteiras, estamos prontos pra ir, fugindo do fogo.
E como pessoa muita fã da Ana Martins Marques, encero citando-a brevemente:
…Minha casa é meu manuscrito.
Minha casa é teu cabelo cinza
Minha casa é meu cansaço, minha miopia.
Minha casa é o mar.
Minha casa é minha coleção de cacos
Minha casa é meu passaporte…